domingo, 6 de junho de 2010

A ameaça concreta e objetiva de Israel e a ameaça virtual e abstrata do Irã...

Acontecimentos trágicos, e bastante atuais, me fazem  tecer mais alguns comentários sobre a importância do acordo entre Irã, Brasil e Turquia: os ataques israelenses à embarcações com militantes pacifistas pró-Palestina, que mostram, de forma inexorável, a diferença de tratamento das grandes potências com relação às atitudes de outras nações.

Um helicóptero das Forças Armadas de Israel simplesmente pairou sobre uma embarcação e liberou soldados que, assim que abordaram o barco, atiraram nos manifestantes a bordo - que, para se defender, portavam apenas objetos de mão. Vejam a notícia e assistam ao vídeo, para recordar sobre a ação israelense.

Apesar da forte reação internacional contra o ataque desmedido e injustificável de Israel, as autoridades do país não só mantiveram uma postura de indiferença às críticas, como abordaram mais uma embarcação, dias depois - não ousando, apenas, cometer mais assassinatos.

Esses verdadeiros atos de pirataria, levado a cabo pelo Estado de Israel em águas internacionais, prova definitivamente a desigualdade ainda reinante nas relações internacionais. Enquanto países como o Irã e a Coréia do Norte são tratados como ameaças concretas à "Ordem Mundial", tendo por  base desconfianças deveras abstratas sobre as  intenções de seus governantes, Israel, agindo de forma muito concreta contra qualquer noção de justiça, legalidade ou respeito à vida, é tratado com um excessivo carinho pelas grandes potências - em especial, é claro, pelos Estados Unidos, seus eternos protetores.

Se alguém ainda tem dúvidas de que Israel representa uma ameaça internacional muito maior do que os países demonizados pelos EUA, não está utilizando minimamente a razão, interpretando a situação geopolítica com um nítido viés ideológico. Inclusive por ser absoluta idiotice acreditar que qualquer governo institucionalmente organizado, como o iraniano, ousaria atacar seus vizinhos com armas nucleares, quando os últimos possuem um arsenal muito maior - estima-se que Israel, sozinho, tenha posse de mais de 100 ogivas nucleares (sem contar as milhares de ogivas estadunidenses).

Pedro Mancini

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