sexta-feira, 9 de julho de 2010

Entre impostos, pedágios e "trololós"

Um comentário:
Dia desses, soube de mais uma iniciativa curiosa na Web: um site que estima o valor absoluto arrecadado pelos pedágios no Estado de São Paulo.

Sem dúvida, o referido site se inspirou na iniciativa anterior, protagonizada pelas classes média e alta, de estimativa do valor absoluto de arrecadamento de impostos do Governo - movimento que culminou na exposição de um telão com esses dados atualizados, e até com uma mobilização que culminou no barateamento de combustíveis por um dia. Tudo isso para protestar contra as altas taxas governamentais. O irônico é que as mesmas classes que criticam esse alto nível de impostos costuma apoiar governos - particularmente, o do PSDB - que mantém uma política de encarecimento de pedágios, que expoliam a população de forma similar.

Diferentemente dos impostos, porém, os valores arrecadados pelos pedágios são direcionados às concessionárias, ou seja, empresas privadas - que, além de manterem a qualidade das estradas, absorvem boas quantias de lucro de suas atividades. Os impostos são (ou ao menos DEVERIAM ser) direcionados APENAS para melhorias dos serviços públicos, ou seja, para o benefício da própria população. Essa é a função fundamental do Estado, servir o público; o objetivo primeiro de qualquer empresa privada, por sua vez, é o lucro - direcionado, obviamente, a uma parcela extremamente restrita da população.

Pior ainda, ao meu ver, é a mercantilização de direitos leva a cabo pelos pedágios (e por muitas outras políticas administrativas). Trata-se, em verdade, de algo que deveria ser mais ou menos óbvio: o DIREITO de ir e vir não pode ser COMERCIALIZADO sem deixar de ser direito, resumindo-se a uma mera mercadoria. A partir do momento que é cobrado do cidadão a passagem pelas rodovias, este é expropriado de um direito básico de locomoção, sendo obrigado a adquirí-lo - e cada vez que se locomover por  distâncias relativamente longas. Submete-se ao pedágio ou anda a pé ou de bicicleta por dezenas ou centenas de quilômetros para escapar da cobrança. Na prática, tira-se qualquer possibilidade do exercício do direito de ir e vir, ao menos no que tange a maiores distâncias.

Por essas razões, adotei o "pedagiômetro" em meu blog, na parte direita da tela. Aderi totalmente ao movimento. Aliás, a situação dos pedágios em São Paulo é tão absurda que mesmo setores da mídia que, geralmente, têm uma atuação conservadora, mobilizam-se  por vezes contra ela: o último caso foi do (ex-) apresentador do Roda Viva, Heródoto Barbeiro, que, questionando Serra sobre o preço abusivo dos pedágios,  obteve respostas agressivas e ridículas de seu entrevistado (em uma fala que buscou desqualificar as críticas ao Governo de São Paulo e à campanha petista, classificando-as como "trololós petistas". Talvez o candidato tenha aprendido tais táticas com personagens de destaque na História, como Hitler, que adorava culpar judeus por todos os males da Alemanha, ou Stálin, culpando trotskistas...). Curiosamente, o repórter foi, logo após esse programa, afastado de seu papel de apresentador, sendo imediatamente substituído por Marília Gabriela. Coincidência?

Segue o vídeo...

Pedro Mancini

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Depoimento interessante de um veterano de guerra americano

Nenhum comentário:
Enquanto a inspiração para escrever sobre alguns acontecimentos mais recentes não vem - como sobre as "guerras subterrâneas" da mídia brasileira, ou sobre nossa felicidade com a infelicidade alheia (a da Argentina) em tempos de Copa do Mundo-, atualizo o blog publicando um depoimento interessante e comovente de um veterano de guerra americano, presente na invasão do Iraque. Assim, de quebra, torno esse blog um pouco mais movimentado!


(Agradeço à @nmromero, do Twitter, pela divulgação do vídeo.)




Pedro Mancini