Quem me conhece, sabe que estou longe de gostar de dias comemorativos baseados, tão somente, em uma tradição - especialmente quando vinculadas a motivações religiosas, como o Natal. Mas não irei, hoje, criticar as comemorações do suposto dia de nascimento de Cristo. A crítica ao Natal, moda nas redes sociais, não me motiva a ser mais um a falar, por exemplo, sobre as contaminações capitalistas da data ou a falta de veracidade histórica do dia que teria sido, na verdade, escolhido para concorrer com festividades pagãs.
Falarei, na verdade, sobre uma outra data comemorativa, que valorizo muito mais do que o Natal ou outros eventos religiosos tradicionais, e que ainda está por vir: o ano novo. Embora também tenha sido estabelecido pela sociedade a partir de critérios arbitrários, a cerimônia do reveillon ocidental possui a grande vantagem de poder ser apropriada individualmente. Todos os demais feriados que me lembro têm a função única de acentuar solidariedades de dados agrupamentos sociais - tanto os feriados católicos quanto, por exemplo, os de cunho étnico ou racial, que visam solidificar os laços de união dos componentes da mesma comunidade de pessoas. Já o ano-novo é um feriado que possuiria como função principal a difusão da reflexividade em vários níveis de existência: planeta, país, grupo social, instituição, etc. Todos são convidados a pensar sobre sua atuação e os principais acontecimentos que os afligiram em um período de (salvo exceções que nunca compreendi totalmente) 365 dias. Refletimos sobre o mundo e o país, com ajuda dos programas televisivos "retrospectivos"; grupos em que estamos envolvidos, como empresas e outras agremiações sociais ou políticas, desenvolvem "balanços" sobre seu desempenho no ano; e, no que tange às histórias individuais, a reflexividade está presente no interior de cada "pulador de ondas" do dia 1º de janeiro, por meio de promessas para o próximo período e meditações, de várias espécies, centradas na interpretação dos avanços e retrocessos ocorridos durante o ano prestes a findar.
Nesses momentos, podemos repensar cada passo do ano, de forma racional e secular, mesmo ignorando todas as superstições típicas da época (usar roupas brancas, comer lentilhas, pular sete ondas, etc., etc., etc.). Essa característica reflexiva do ano novo é muito bem objetivada na já mencionada "lista de promessas", por muitos elaborada horas antes da virada; por mais que as promessas ali feitas não sejam cumpridas no ano vindouro, ela nos dá as balizas para "manobrarmos" durante a nova jornada anual, estabelece objetivos a serem focados, capazes de orientar nossas ações e decisões de conseqüência a médio e longo prazos.
Pondo em prática minhas crenças pessoais, de que pensar reflexivamente sobre as próprias ações têm seu lado positivo, possibilitando um desenvolvimento contínuo, aproveito esse momento para fazer um "balanço" anual do blog.
Para começar, vemos que a produtividade de meu blog aumentou substantivamente em 2010: de apenas 10 postagens em 2009, atingi 45 no ano presente. Número simbolicamente infeliz, por sua associação político partidária, mas que representa um aumento de 350% no número de postagens. Em comparação com um ano mais produtivo, 2008, o aumento também foi enorme: de 24 para 45, 87,5% a mais. Uma maior diferença pode ser vista na média mensal de postagens: em 2009, praticamente não escrevi durante todo o ano; publiquei apenas uma postagem nos meses de Janeiro de Julho, e 8 vezes (um recorde para meu blog) apenas durante o mês de dezembro. Essa elevada produtividade nos últimos momentos do ano anunciaram o que se podia esperar de 2010: um elevado número de publicações. A média, então, elevou-se de 0,83 postagem por mês para 3,75 - quase atingindo minha meta de 4 publicações por mês, ou uma postagem por semana.
Além de aumentar a produtividade, mudei, substancialmente, a aparência do blog. Por várias vezes, fiz pequenas alterações visuais para melhorar a experiência do eleitor, até o blog ficar do jeitinho atual, com o qual ingressará no novo ano.Claro que no meio do caminho tropecei algumas vezes, inclusive porque não sou nenhum especialista em edição de blogs; chegaram até a puxar minha orelha, pela dificuldade em ler as postagens, quando o blog adotou uma aparência mais escura. Mas, no fim, acredito que mudamos para melhor.
Todas essas alterações, aliadas à aplicação de estratégias de divulgação nas redes sociais, fizeram com que meu blog passasse da categoria "lido por ninguém" ou "ligo apenas pelos dois melhores amigos" para a categoria "ligo por QUASE ninguém" ou "lido por meus amigos e mais alguns cidadãos curiosos e interessados". Mas a verdade é que nunca cheguei a investir pesado na propaganda: recusei vários métodos de divulgação que achava intrusivos ou "malandros" demais. Quando acho que publiquei algo que não é de interesse geral, por exemplo, não costumo divulgar a postagem entre minha rede de contatos (como não farei com a postagem atual). Valorizo manter poucos leitores que verdadeiramente interagem com o blog, mais do que contar com muitos visitantes que acharão meu espacinho virtual desinteressante e nunca voltarão ou participarão das discussões. Por isso, acredito que consegui avançar na medida certa, sem expandir o blog demasiadamente, de modo que não poderia controlá-lo e mantê-lo minimamente interessante. É claro que, conforme fique seguro sobre a qualidade das minhas postagens, poderei investir em mais estratégias de propaganda. Vejamos se isso se realizará no ano de 2011.
Agora, algumas palavras, justamente, sobre a contribuição dos leitores. Contei 53 comentários nessa ano de 2010, mas os meus próprios estão incluídos na conta (respostas aos comentários dos visitantes): Uma média de 1,17 comentários por postagem. Se, por um lado, fico muito feliz em ter suscitado alguma discussão, por outro admito que esperava que os debates ocorressem em maior número, e que fossem mais extensos. Não é muito boa a sensação de que a escrita do blog não passa de um exercício narcisista, em que um monólogo é estabelecido, antes de um real intercâmbio com os visitantes; desde o início, deixei claro que a intenção de meu blog pessoal era a difusão do livre debate de idéias. Parte dessa falta de participação se dá por problemas típicos da sociedade da informação, acredito, onde a real discussão é muito prejudicada, em detrimento do exercício egoísta e fragmentado de exposição pura e simples de opiniões. Mas estou esperançoso de que essa tendência poderá mudar aos poucos, e conto com um diálogo muito mais intenso entre editor e leitor nos próximos meses. E farei de tudo para promovê-lo, na medida do possível.
Digo "na medida do possível" porque, como os mais próximos de mim sabem, esse ano será "paulera".Além da procura por um emprego, deverei me dedicar à redação final de minha dissertação de mestrado. Temo que isso, inevitavelmente, prejudique minha produção; mas meu amor pelo blog permanece, o que permite que eu lute com todas as minhas forças para mantê-lo muito ativo.
Quero registrar meu obrigado a todos que me honraram com sua visita. Segundo meu contador, vocês fizeram meu número de visitantes subir para mais de 2000; um número bastante humilde em meio à blogosfera, mas que, dada a natureza do blog, me enche de felicidade. Valeu mesmo! E que venha 2011...
Pedro Mancini
Nesses momentos, podemos repensar cada passo do ano, de forma racional e secular, mesmo ignorando todas as superstições típicas da época (usar roupas brancas, comer lentilhas, pular sete ondas, etc., etc., etc.). Essa característica reflexiva do ano novo é muito bem objetivada na já mencionada "lista de promessas", por muitos elaborada horas antes da virada; por mais que as promessas ali feitas não sejam cumpridas no ano vindouro, ela nos dá as balizas para "manobrarmos" durante a nova jornada anual, estabelece objetivos a serem focados, capazes de orientar nossas ações e decisões de conseqüência a médio e longo prazos.
Pondo em prática minhas crenças pessoais, de que pensar reflexivamente sobre as próprias ações têm seu lado positivo, possibilitando um desenvolvimento contínuo, aproveito esse momento para fazer um "balanço" anual do blog.
Para começar, vemos que a produtividade de meu blog aumentou substantivamente em 2010: de apenas 10 postagens em 2009, atingi 45 no ano presente. Número simbolicamente infeliz, por sua associação político partidária, mas que representa um aumento de 350% no número de postagens. Em comparação com um ano mais produtivo, 2008, o aumento também foi enorme: de 24 para 45, 87,5% a mais. Uma maior diferença pode ser vista na média mensal de postagens: em 2009, praticamente não escrevi durante todo o ano; publiquei apenas uma postagem nos meses de Janeiro de Julho, e 8 vezes (um recorde para meu blog) apenas durante o mês de dezembro. Essa elevada produtividade nos últimos momentos do ano anunciaram o que se podia esperar de 2010: um elevado número de publicações. A média, então, elevou-se de 0,83 postagem por mês para 3,75 - quase atingindo minha meta de 4 publicações por mês, ou uma postagem por semana.
Além de aumentar a produtividade, mudei, substancialmente, a aparência do blog. Por várias vezes, fiz pequenas alterações visuais para melhorar a experiência do eleitor, até o blog ficar do jeitinho atual, com o qual ingressará no novo ano.Claro que no meio do caminho tropecei algumas vezes, inclusive porque não sou nenhum especialista em edição de blogs; chegaram até a puxar minha orelha, pela dificuldade em ler as postagens, quando o blog adotou uma aparência mais escura. Mas, no fim, acredito que mudamos para melhor.
Todas essas alterações, aliadas à aplicação de estratégias de divulgação nas redes sociais, fizeram com que meu blog passasse da categoria "lido por ninguém" ou "ligo apenas pelos dois melhores amigos" para a categoria "ligo por QUASE ninguém" ou "lido por meus amigos e mais alguns cidadãos curiosos e interessados". Mas a verdade é que nunca cheguei a investir pesado na propaganda: recusei vários métodos de divulgação que achava intrusivos ou "malandros" demais. Quando acho que publiquei algo que não é de interesse geral, por exemplo, não costumo divulgar a postagem entre minha rede de contatos (como não farei com a postagem atual). Valorizo manter poucos leitores que verdadeiramente interagem com o blog, mais do que contar com muitos visitantes que acharão meu espacinho virtual desinteressante e nunca voltarão ou participarão das discussões. Por isso, acredito que consegui avançar na medida certa, sem expandir o blog demasiadamente, de modo que não poderia controlá-lo e mantê-lo minimamente interessante. É claro que, conforme fique seguro sobre a qualidade das minhas postagens, poderei investir em mais estratégias de propaganda. Vejamos se isso se realizará no ano de 2011.
Agora, algumas palavras, justamente, sobre a contribuição dos leitores. Contei 53 comentários nessa ano de 2010, mas os meus próprios estão incluídos na conta (respostas aos comentários dos visitantes): Uma média de 1,17 comentários por postagem. Se, por um lado, fico muito feliz em ter suscitado alguma discussão, por outro admito que esperava que os debates ocorressem em maior número, e que fossem mais extensos. Não é muito boa a sensação de que a escrita do blog não passa de um exercício narcisista, em que um monólogo é estabelecido, antes de um real intercâmbio com os visitantes; desde o início, deixei claro que a intenção de meu blog pessoal era a difusão do livre debate de idéias. Parte dessa falta de participação se dá por problemas típicos da sociedade da informação, acredito, onde a real discussão é muito prejudicada, em detrimento do exercício egoísta e fragmentado de exposição pura e simples de opiniões. Mas estou esperançoso de que essa tendência poderá mudar aos poucos, e conto com um diálogo muito mais intenso entre editor e leitor nos próximos meses. E farei de tudo para promovê-lo, na medida do possível.
Digo "na medida do possível" porque, como os mais próximos de mim sabem, esse ano será "paulera".Além da procura por um emprego, deverei me dedicar à redação final de minha dissertação de mestrado. Temo que isso, inevitavelmente, prejudique minha produção; mas meu amor pelo blog permanece, o que permite que eu lute com todas as minhas forças para mantê-lo muito ativo.
Quero registrar meu obrigado a todos que me honraram com sua visita. Segundo meu contador, vocês fizeram meu número de visitantes subir para mais de 2000; um número bastante humilde em meio à blogosfera, mas que, dada a natureza do blog, me enche de felicidade. Valeu mesmo! E que venha 2011...
Pedro Mancini