Desenvolvo um assunto um pouco menos polêmico hoje, mas sobre o qual tenho interesse acadêmico mais imediato. Já me recomendaram, inclusive, me aprofundar sobre esse tema em minha dissertação.
Trago, por isso, a tradução de uma postagem de um blog em inglês, que destaca o desenvolvimento de uma análise sociológica sobre a chamada "Civilização Warcraft". Desconheço a qualidade do estudo discutido; à primeira vista, me parece uma "viagem" à lá Pierre Lévy (tanto que foi em seu Twitter que descobri o link do original em inglês), muito filosófica e com grandes pretensões de antecipação do futuro "de toda a civilização ocidental". Mesmo assim, trata-se de uma das inúmeras possibilidades de interpretação do vasto universo representado pelas novas redes de interação propagadas pela Internet, e que demonstra o quanto ainda falta ser estudado.
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Sociólogo descobre a civilização de Warcraft
O sociólogo William Sims Bainbridge, conhecido por seu trabalho de exploração da Sociologia da Religião, publicou um novo livro intitulado "A Civilização Warcraft: Ciências sociais em um mundo virtual". Uma abordagem estranha demais? Given Bainbridge é um membro fundador de uma organização pró-vôo espacial, conhecida como Ordem dos Engenheiros Cósmicos, um nome propício para uma guilda de World of Warcraft, então essa pode ser uma viagem não tão louca assim.
Segue a descrição da editora sobre seu último trabalho:
"World of Warcraft é mais que um jogo. Não há objetivo final, nenhuma mão vencedora, nenhuma princesa a ser resgatada. WoW contém mais de 5000 aventuras possíveis, jogos dentro do jogo, e abrange centenas de reinos paralelos separados (por servidores de computador, cada um suportando 4000 jogadores simultaneamente). WoW é um mundo virtual envolvente, dentro do qual as personagens devem sobreviver em um ambiente perigoso, assumir identidades, lutar para entender e se comunicar, aprender a usar tecnologia, e competir por recursos escassos. Para além da fantasia e da ficção científica, conforme muitos notaram, isso não difere totalmente do mundo de hoje. No "A Civilização Warcraft", o sociólogo William Sims Bainbridge vai mais longe, argumentando que WoW pode ser visto não apenas como uma alegoria dos tempos de hoje, mas também como um protótipo do amanhã, de um futuro humano real, no qual grupos similares a tribos vão se engajar em combates por recursos escassos, construir alianças temporárias na base de interesses pessoais mútuos, e buscar um conjunto de valores que transcendem a necessidade da guerra.
Bainbridge explorou diretamente o universo complexo de Warcraft, passando mais de 2300 horas por lá, criando vinte e dois caracteres de todas as dez raças, as dez classes, e profissões variadas. Cada capítulo começa com a narrativa de uma personagem, e então continua a explorar um tema social mais amplo - como religião, aprendizado, cooperação, economia, ou identidade pelas lentes da experiência dessa personagem.
O que torna WoW um lugar especialmente bom para buscar insights sobre a civilização ocidental, de acordo com Bainbridge, é que ele liga passado e futuro. É fundado na tradição cultural ocidental, e ainda antecipa os mundos virtuais que poderemos criar em tempos vindouros".
Estou genuinamente curioso sobre os conteúdos do livro, se um sociólogo pode percorrer a Civilização Warcraft para estudá-la por mais de duas mil horas, apenas para descobrir a curva de Bell da insanidade.
Pedro Mancini (tradução da postagem do blog MMOCRUNCH, escrita por Fabian e datada de 05/04/2010)
Trago, por isso, a tradução de uma postagem de um blog em inglês, que destaca o desenvolvimento de uma análise sociológica sobre a chamada "Civilização Warcraft". Desconheço a qualidade do estudo discutido; à primeira vista, me parece uma "viagem" à lá Pierre Lévy (tanto que foi em seu Twitter que descobri o link do original em inglês), muito filosófica e com grandes pretensões de antecipação do futuro "de toda a civilização ocidental". Mesmo assim, trata-se de uma das inúmeras possibilidades de interpretação do vasto universo representado pelas novas redes de interação propagadas pela Internet, e que demonstra o quanto ainda falta ser estudado.
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Sociólogo descobre a civilização de Warcraft
O sociólogo William Sims Bainbridge, conhecido por seu trabalho de exploração da Sociologia da Religião, publicou um novo livro intitulado "A Civilização Warcraft: Ciências sociais em um mundo virtual". Uma abordagem estranha demais? Given Bainbridge é um membro fundador de uma organização pró-vôo espacial, conhecida como Ordem dos Engenheiros Cósmicos, um nome propício para uma guilda de World of Warcraft, então essa pode ser uma viagem não tão louca assim.
Segue a descrição da editora sobre seu último trabalho:
"World of Warcraft é mais que um jogo. Não há objetivo final, nenhuma mão vencedora, nenhuma princesa a ser resgatada. WoW contém mais de 5000 aventuras possíveis, jogos dentro do jogo, e abrange centenas de reinos paralelos separados (por servidores de computador, cada um suportando 4000 jogadores simultaneamente). WoW é um mundo virtual envolvente, dentro do qual as personagens devem sobreviver em um ambiente perigoso, assumir identidades, lutar para entender e se comunicar, aprender a usar tecnologia, e competir por recursos escassos. Para além da fantasia e da ficção científica, conforme muitos notaram, isso não difere totalmente do mundo de hoje. No "A Civilização Warcraft", o sociólogo William Sims Bainbridge vai mais longe, argumentando que WoW pode ser visto não apenas como uma alegoria dos tempos de hoje, mas também como um protótipo do amanhã, de um futuro humano real, no qual grupos similares a tribos vão se engajar em combates por recursos escassos, construir alianças temporárias na base de interesses pessoais mútuos, e buscar um conjunto de valores que transcendem a necessidade da guerra.
Bainbridge explorou diretamente o universo complexo de Warcraft, passando mais de 2300 horas por lá, criando vinte e dois caracteres de todas as dez raças, as dez classes, e profissões variadas. Cada capítulo começa com a narrativa de uma personagem, e então continua a explorar um tema social mais amplo - como religião, aprendizado, cooperação, economia, ou identidade pelas lentes da experiência dessa personagem.
O que torna WoW um lugar especialmente bom para buscar insights sobre a civilização ocidental, de acordo com Bainbridge, é que ele liga passado e futuro. É fundado na tradição cultural ocidental, e ainda antecipa os mundos virtuais que poderemos criar em tempos vindouros".
Estou genuinamente curioso sobre os conteúdos do livro, se um sociólogo pode percorrer a Civilização Warcraft para estudá-la por mais de duas mil horas, apenas para descobrir a curva de Bell da insanidade.
Pedro Mancini (tradução da postagem do blog MMOCRUNCH, escrita por Fabian e datada de 05/04/2010)
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